Tag Along: por que é importante para o minoritário?

Diretamente do harém de El rei!

Súditos sagazes de minha Blogosfera!

Quem acompanha a jornada de El Rei Troll, sabe que recentemente troquei VIVT4 por VIVT3. O principal motivo para isso o fato de VIVT3 oferecer 80% de tag along aos seus detentores, enquanto VIVT4 não oferece nada, nadinha, chupa "minorotário"! Mas qual a real importância do tag along? É possível praticar o legítimo B&H ignorando essa garantia?

O tag along está previsto no artigo 254-A da lei 6.404/76 e é também conhecido como "direito de saída conjunta". É o direito dos minoritários com direito a voto (papéis ON, portanto) de terem as mesmas condições oferecidas aos controladores quando da alienação do controle de companhia aberta. A lei 6.404/76 garante que os minoritários recebam, no mínimo, 80% do valor pago pelas ações dos detentores do controle da cia. Esse percentual pode ser ampliado pelas cias, conforme previsão de seus respectivos estatutos.

Logo, no caso de alienação do controle de cia aberta, o que acontece com os detentores de ações sem direito a voto (papéis PN) de cias que não dilatam o TAG a todas as classes de acionistas?

Nesse caso, os preferencialistas ficam de mãos atadas, pois o prêmio de controle embutido nas ações do controlador estende-se às ações ON, aumentando em muito a sua demando no mercado, sendo que o mesmo não acontece com as ações preferenciais. Normalmente, os preferencialistas sem direito à saída conjunta ficam com a sobra. O tag along é uma garantia que a sociedade oferece aos seus minoritários e sua extensão a todas as classes de acionistas é um indicativo de boa governança.

Ambev:

Um caso que marcou época foi a transferência de controle da Ambev para a belga Interbrew, em 2004. Segundo dados do Infomoney, considerando os dois pregões após o anúncio oficial da transação, as ações ordinárias da AmBev acumularam ganho de 10,35%, mesmo após a valorização acumulada de 36,6% nos cinco pregões anteriores, fruto dos rumores em relação à transação. Já os papéis preferenciais caíram 17,98% em dois pregões, contra um ganho de apenas 7,4% nas cinco sessões anteriores.


Observem graficamente como o tag along fez diferença no desempenho de papéis ordinários e preferenciais sem essa garantia:

Outro exemplo da importância do tag along foi o caso da venda da Ipiranga em 2007. Quem detinha ações PN (sem tag along), viu seus papéis caírem cerca de -9% após o anúncio da venda. Já os detentores de papéis ON, viram suas ações explodirem quase +70% no mesmo pregão! (fonte: Folha de São Paulo)

No caso de empresas onde não se espera troca de controle, como Petrobrás, o tag along pode ficar em segundo plano. Porém, no meu caso, como VIVT3 participa de um setor onde as empresas são conhecidas pelas constantes fusões e aquisições, essa garantia se torna ainda mais valiosa. Sem medo de exagerar, creio que o minoritário deve optar por papéis que oferecem tag along, no caso de investimentos de longo prazo. Em caso de identificar uma boa oportunidade de um ativo sem tag along, entendo que o risco deve ser controlado, alocando-se um percentual baixo do patrimônio no papel.

Um abraço!

Keep trolling! Work hard!